quarta-feira, 26 de agosto de 2009






Já era para eu ter feito um texto sobre o assunto, mas os dias foram passando, os compromissos aumentando e nunca chegava o momento de parar e escrever. Mas sobre qual assunto? O massacre realizado pela brigada militar no latifúndio Southall. A desocupação que terminou em várias pessoas machucadas e uma morte. Assassinato cometido de maneira vergonhosa e truculenta. Nem falarei desnecessária, pois condeno qualquer tipo de assassinato. Então, o governo Yeda assassinou um trabalhador, pai de família que lutava por um pedaço de chão para cultivar alimentos e construir uma vida digna a sua família.
O sonho de Elton Brum terminou na última sexta-feira, pois na desocupação do latifúndio a brigada militar em vez de prender ladrões, membros de quadrinhas se deslocou em massa a São Gabriel, na ocasião eliminou a vida de um homem. Esse é o governo Yeda. O governo que coloca crianças estudarem em salas de lata, espanca professores, escraviza os educadores gaúchos. É o mesmo governo- quadrilha que roubaram mais de 44 milhões dos cofres públicos. O que não tinha ocorrido, ainda, ocorreu: um assassinato.
Elton Brum foi assassinado por um tiro nas costas, a brigada militar, ou melhor, a milícia armada da governadora tentou transmitir à opinião pública de que o integrante do MST tinha morrido com um mau súbito. Interessante, o colono chega no hospital com um tiro e afirmam ser um problema de saúde. Atitude parecida só tinha ocorrido na fazenda Santa Elmira, cujo governo Simon teve atitude parecida. Nada é de estranhar que atual governadora contou, e, ainda conta, com o apoio do pai da “ética”, o senador Pedro Simon, o mesmo que já assassinou trabalhadores rurais sem-terra.
Esse é o governo que o povo gaúcho escolheu, acredito que a maioria já esteja arrependido, mas é tarde, uma vez que o governo-quadrilha é atua e assassina trabalhadores. Resta o povo sair às ruas, gritar FORA YEDA, ocupar latifúndios e resistir. Enquanto isso, Elton Brum morreu, mas fica o desejo de luta por terra e justiça.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Segunda- feira terminou, mais uma semana iniciou. Sempre a mesma coisa, a mesma rotina. As aulas no Cilon retornaram, o Uniolimpus recomeçou em nova sede, o Práxis com os velhos e, às vezes, bons problemas. Hoje acordei muito cedo, como dias não fazia isso. Fui ao colégio, revi meus alunos pestes, retornei, reunião no cursinho, almoço com colegas, retorno para casa, durmo, acordo e corro ao Práxis.

Já no Práxis revejo a Raquel, faziam dias que não via a baixinha boa em gramática. Tento resolver os primeiros problemas que surgem no projeto, as aulas iniciam, correria total, gente chegando, informações, eis a correria te tocar um projeto sem recursos, mas faz parte, me dispus e amo fazer isso.

Retorno para casa, muito sono, pois ainda não recuperei as noites sem dormir, ao mesmo tempo quero ficar acordado, acredito que dormir é praticamente uma perda de tempo, mas o sono bate. Então, me vou, preciso bater um pato com meu travesseiro, abraçar as minhas cobertas e sonhar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Acabei de chegar de Porto Alegre, fui em maus um ato FORA YEDA. Não direi que foi bom, pois o ideal era não necessitar desse tipo de manifestação, entretanto o governo do estado exige que o povo saia as ruas pedindo o impeachement.
Ao chegar em POA, me senti praticamente um criminoso, membro de uma quadrilha perigosa, pois o nosso ônibus, como os outros que chegavam para o ato eram escoltados pela polícia. Absurdo, nunca tinha passado por isso. Nas ruas da capital, um policiamento ostensivo, parecia um clima de guerra. Depois de esperar horas, o ato da JPT começou, primeiro foi muito bom rever camaradas, pessoas que respeito e admiro. O ato da juventude PTista foi bom, bastante gente, muita animação e garra para derrubar esse governo. Chegamos em frente ao palácio, foi o momento de fazermos um ato unificado com todas as forças que desejam colocar na cadeia toda a máfia do DETRAN, incluindo a governadora.
Durante as intervenções olho para o outro lado, vejo umas bandeiras diferentes, menos, bem menos mas haviam. Eram os tucanos defendendo a permanência da governadora no cargo, absurdo, ao mesmo tempo coragem, já que para defender corrupção precisa de muita coragem mesmo. O povo batia boca, gritava e debochava, acredito que por desespero, falta muito argumento político para defenderem tanto absurdo. O ápice da picaretagem ocorreu quando o ex/atual- marido da Governadora, Carlos Crusius se uniu aos manifestantes que defendiam o governo. O cara é um dos principais envolvidos nas fraudes do atual governo, é responsável, também, pelo mau governo e vem a público defender o seu partido. É muita malandragem, “cara de pau”, absurdo total. O cara é acusado de ser uns dos responsáveis pelo roubo de mais de 44 milhões dos cofres públicos e ainda sai na rua ofender manifestantes.
Chega o momento de voltarmos a Santa Maria, na tentativa de vinda, mais confusão, pois precisamos de escoltas novamente. Dessa vez, até a saída da cidade, foi essa a maneira que o Governo Yeda encontrou de dizer “Voltem sempre à capital de todos os Gaúchos”.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Práxis


Hoje cheguei ao Práxis apenas para entregar o aparelho DVD para a Camila, porém só saí de lá quando as aulas terminaram. Fiquei entretido, conversando com educandos, educadores. Escutei seus anseios, não que eu possa resolve-los, mas os escutei. Debatemos sobre a lei que proíbe o fumo em locais públicos em SP, falamos de drogas e as hipocrisias da sociedade. Nas aulas de redação, geralmente sou eu quem proponho assuntos e debates. Hoje foram os alunos que propuseram e esporam suas opiniões e pensamentos. Achei ótimo, como também gostei muito de ter ido lá e ficado mais tempo. Saí convencido que o 4º andar do prédio de apoio da UFSM é a melhor escola que já requentei e ainda freqüento. Foi o local que dei minha primeira aula, local que me inseri na política do movimento estudantil, foi neste espaço que fiz grandes e verdadeiras amizades, foi esse o local que me formou gente e menos hipócrita.
Voltando, conversei com outro grupo de educandos, nunca tinha debatido qualquer assunto com estes, foi em uma roda de chimarrão na sala do antigo DA da história. Percebi que são seres sonhadores, realistas e que pensam em um futuro melhor para si e suas famílias. Jovens, estudantes, lutadores, pessoas trabalhadoras que constroem este país.
Dei mais uma volta e encontrei ex-conhecidos, ex-educandos, abraços, desejo boas vindas, ou melhor, bom retorno. Fico feliz por não desistirem, continuam lutando e sonhando. Alguns me perguntam se estou dando aula, dói, entretanto digo que não. Explico que o tempo passa e que novas pessoas devem assumir as atividades docentes. É duro, afinal foi no Práxis a minha primeira aula, a aula tímida sobre realismo, tremia, foi o começo de tudo. Digo que faço parte apenas da coordenação do projeto, escuto um ahhhhhh, noto que não fui um mau educador, pode ter sido apenas a impressão.
Abraço estas pessoas e vejo sair da sala um ex-educando, que não é mais educando, agora volta ao 4º andar para ser educador. Fico emocionado, pois alguma coisa conseguimos plantar, mesmo que timidamente. É muito bom ver um ex-aluno tornar-se colega, pois vejo que este acredita e retribui ao projeto. As aulas reiniciam, todos e todas voltam as suas respectivas salas de aula, eu retorno a coordenação e reflito sozinho. Foi bom ter ido levar o DVD na noite de hoje, foi bom ter ido ao Práxis. É maravilhoso fazer parte deste projeto, pois é a maneira que encontrei de não desistir de acreditar em um outro mundo possível. Valeu Práxis.

domingo, 9 de agosto de 2009

Acabo de ter um final se semana tempestuoso meteorologicamente, porém alegre emotivamente. Depois de um tempo envolvido no trabalho, militância e saúde não tão boa retornei à vida social. Mesmo com chuva saí, tenho amigos que me acompanham em indiadas. O frio e chuva intensa não nos desanimaram. Primeiro uma janta, com muita risada, papos. Depois, fomos testas as habilidades de cada integrante da katrefa no jogo de sinuca. Claro, o pior jogador sou eu. Já era esperado. O primeiro lugar nem vou comentar. Amiga Nescal, você me surpreendeu muito. Não sabia que você dominava este jogo. Rimos muito, na maioria das vezes, os motivos das risadas foram as minhas jogadas, ou melhor, as minhas não jogadas. Quem sabe um dia aprendo.
Já o domingo foi comum, chuva, frio, nada me fez sair de casa, passei praticamente o dia dialogando com o meu travesseiro, abraçado nas cobertas. Agora estou terminando de corrigir mais alguns textos. Tomo café, como chocolate e penso sobre a semana que começa. Mudanças estão previstas, espero que ocorram, que tenha sol e tempo menos frio. Que os dias deste agosto sejam mais belos, que notícias boas cheguem e que meu humor, o bom, volte.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Retorno e a espera de um sonho

Voltei à rotina normal. Aulas, Práxis, rua, contas a pagar. E que rotina! Correria total, muitas aulas para preparar, muitas aulas para serem dadas e muitos problemas para resolver no Práxis. Mas está bom, voltei a me sentir útil, acho que contribuo um pouco na construção de um outro mundo.
Leio, durmo, acordo, telefone toca. É do olimpo, tenho que substituir um professor, penso logo em uma aula, afina em menos de 1h tenho que estar transmitindo conhecimento para alunos sedentos querendo absorver conhecimento para uma aprovação no vestibular.
Saio à rua, vejo que ainda é possível fazer calor, achei que nunca mais sentiria isso no RS. Vejo pessoas de camiseta, saia, bermuda, sol e vento norte. Maravilha, penso: ainda é possível viver no RS. Acredito que com a esquentada, matou um pouco do H1N1 presente em Santa Maria, chego em casa, vejo que o governo Yeda pode cair. Nossa, só belas notícias. Leio algumas coisas, vejo a previsão do tempo, nisso os meteorologistas afirmam esfriar novamente. Raiva. Odeio frio. Sento na sacada, em plena madrugada para curtir essa temperatura agradável, pois não sei quando isso ocorrerá novamente. Atualizo o twitter, penso em uma aula para amanhã. Converso com minha amiga Michelle, é hora de ler e dormir, amanhã será outro dia corrido, creio que com chuva e frio. É o RS e meu organismo não é preparado para habitar este estado. Resta dormir e sonhar com 30º , sol e uma leitura de Caio F na areia de uma praia deserta, apenas eu, Caio e as ondas. Espero pelo menos ter esse sonho.

sábado, 1 de agosto de 2009


Fiquei pensando se escreveria sobre a semana que está chegando ao fim ou não. Se escrever vou acabar reclamando, chorando e dizendo que minha vida é uma droga. Mas escrever sobre o que? Não saí, não vi pessoas, não escutei barulhos diferentes do que escuto em minha casa. Nem aula dei. Bom, para quem ainda não sabe, contraí a tão famosa gripe A. Esta que apavora todos. Eu não seria diferente.
Nem vou falar dos sintomas, o que eu senti, a sensação de tomar Tamiflu. Vou falar da sensação de ficar preso. Desde segunda não saio às ruas, nem recebo visitas. Algo terrível. Nunca passei por isso antes. Já tive, inclusive, internado em hospitais, mas pessoas podiam ir me ver.
Com isso, percebi o quanto é terrível a prisão, e quantos vivem nessa situação? Pois é, nunca imaginei ser tão terrível. A internet colaborou, consegui manter contato com amigos, porém não é a mesma coisa. Assisto TV, abro emails, escuto uma música leio e... nada mais. Não vejo nada de novo, não namoro, não escuto o barulho dos carros, não sinto o odor da poluição, não sujo meus tênis com borra de asfalto, não tomo um café fora de casa, nem escuto as piadas dos meus alunos. Uma semana que está acabando, porém não fica o sentimento de saudade. Férias são pra descansar, entretanto um passeio, uma volta, um cinema fazem parte de programas de férias normais e saudáveis.
Chega sábado, meu último dia de prisão. Domingo é dia de liberdade, de viver, de respirar. É momento de celebrar o rompimento dos laços que me prendem em casa. A previsão marca chuva, mesmo assim sairei às ruas, pois não posso pegar resfriado, já que, de gripe A, não morro mais.