quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ensaio sobre a cegueira


Ontem tive a oportunidade de assistir o filme Ensaio sobre a cegueira. É simplificar demais comentar que este filme trata apenas as relações de pessoas que perderam a visão. É, sem dúvida, um brilhante filme. Cinema simples, sem grandes efeitos especiais, mas que traduz belas reflexões.
É um ótimo filme para trabalhar e refletir sobre feminismo, o papel da mulher como mercadoria, já que muitos ainda veem a mulher como algo para servir o homem. Além disso, o filme traz reflexões sobre racismo e outros preconceitos. Ainda, o diretor traz com maestria as relações humanas em momentos de dificuldades, para não dizer caos. Como as pessoas se comportam quando estão bem.
Com excelentes atuações, Ensaio sobre a cegueira consegue fazer o telespectador refletir como fica o comportamento humano no momento em que toda uma sociedade vive o caos, como é ter que repartir, ajudar os outros. Não falo em ajudar o próximo no sentido que os católicos tanto adoram comentar, falo no sentido de socializar o pouco quando não se tem quase nada. Ainda, quais são os limites humanos? Até quando conseguimos conviver em grupo com pessoas diferentes, idades distintas, sexo, vivências?
Quem assiste este filme do diretor Fernando Merirelles, além de poder refletir sobre os aspectos que já mencionei, pode ver a atuação de Julianne Moore que desempenha brilhantemente a função de protagonista junto com Mark Ruffalo. Além a dupla o elenco possui a presença de um dos meus atores preferidos, Gael Garcia Bernal. Gael não é o protagonista como em outros filmes, mas nem por isso deixa de prestar uma de suas mais belas atuações.
Então, quem quiser ver um filme que permite os mais variados tipos de reflexões e com um elenco encantador assista Ensaio Sobre a Cegueira.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Feliz Ano Novo

Não é nenhum poste atrasado, nem eu estou louco (aliás, louco eu sou). É que terminou o carnaval e sempre escutei dizer que, no Brasil, o ano começa após o carnaval. Então, FELIZ ANO.
Após quatro dias de muito sexo, muito beijo na boca, socialização de suor, compartilhamento de DSTs, bebedeiras, brigas e mortes no trânsito o Brasil volta ao normal. Aulas recomeçam, bancos abrem em horário normal, ônibus lotado. É, “todo carnaval tem o seu fim”. A rotina está retornando ao normal, já sinto falta de ver Santa Maria lotada, pois quem habita cidades provincianas tem o prazer de ver a sua cidade esvaziar nos quatro dias de folia. Eu pretendo nos restos de férias ler mais algumas coisinhas, dormir até mais tarde (isso quer dizer, o dia inteiro) pois o ano está começando. Ah, outro sinal de que o ano está iniciando, é que os católicos já estão preparando as celebrações de Páscoa (o comércio também). Depois da igreja ter papel fundamental no processo de aculturação indígena, ter contribuído com o extermínio de várias tribos e matar quem discordava dos pensamentos cristãos vem pedir segurança pública através da campanha da fraternidade 2009. Talvez, a falta de segurança esteja causando medo aos devotos. Também, os ladrões devem estar assaltando os cofres banhado a ouro dos templos católicos. Então, é hora de pedirmos uma melhor segurança.
Já ia esquecendo, FELIZ ANO NOVO e não esqueçam de orar por uma melhor segurança pública.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Sábado à noite saí para conversar e beber uma cerveja com dois amigos, ao andar pelas ruas de Santa Maria sentia algo diferente. Parece que a cidade estava mais vazia, com menos pessoas, menos sons altos nos automóveis, menos pessoas nas ruas. Até que me lembrei que é carnaval. A cidade morre. Santa Maria não é uma cidade com grandes empreendimentos turísticos, é uma cidade que se move a partir de março. Até pensei em viajar no carnaval para descansar, arejar a mente. Não fui, pois faltou grana mesmo. Mas me senti feliz, consegui descansar na cidade universitária, pois nunca vi essa cidade tão parada. Consegui andar tranquilamente pelas ruas, conversar com meus amigos. Até dormir durante o dia sem gritos foi possível.
O Brasil tem a característica das cidades ficarem movimentadas em fevereiro, mas Santa Maria é uma exceção. Fica vazia. Assim, Santa Maria não é uma cidade para quem quer se divertir no carnaval, por isso sugiro que quem deseja descansar venha para Santa Maria, ela fica completamente calma.
Portanto vou aproveitar o feriadão amado por, quase, todos os brasileiros para descansar, pois daqui uns dias a cidade será reocupada por estudantes o que transforma esta cidade na cidade universitária.
Sábado à noite saí para conversar e beber uma cerveja com dois amigos, ao andar pelas ruas de Santa Maria sentia algo diferente. Parece que a cidade estava mais vazia, com menos pessoas, menos sons altos nos automóveis, menos pessoas nas ruas. Até que me lembrei que é carnaval. A cidade morre. Santa Maria não é uma cidade com grandes empreendimentos turísticos, é uma cidade que se move a partir de março. Até pensei em viajar no carnaval para descansar, arejar a mente. Não fui, pois faltou grana mesmo. Mas me senti feliz, consegui descansar na cidade universitária, pois nunca vi essa cidade tão parada. Consegui andar tranquilamente pelas ruas, conversar com meus amigos. Até dormir durante o dia sem gritos foi possível.
O Brasil tem a característica das cidades ficarem movimentadas em fevereiro, mas Santa Maria é uma exceção. Fica vazia. Assim, Santa Maria não é uma cidade para quem quer se divertir no carnaval, por isso sugiro que quem deseja descansar venha para Santa Maria, ela fica completamente calma.
Portanto vou aproveitar o feriadão amado por, quase, todos os brasileiros para descansar, pois daqui uns dias a cidade será reocupada por estudantes o que transforma esta cidade na cidade universitária.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Feliz Ano Velho


Essa semana tive o prazer de ler Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva. É uma obra incrível, pois de maneira poética, o autor consegue transmitir os dramas do acidente que o deixou paraplégico. Claro, é um livro autobiográfico, mas nem por isso deixa de ter um caráter incrivelmente literário.
Uma escrita fácil, com vocabulário acessível, isso se comprova porque até eu consegui ler e entender a história do Marcelo Rubens Paiva, em dois dias. São quase 300 páginas. Tirando a parte literária que é bela, entrando na vida do autor não dá pra deixar a crítica de lado. Embora tenha sido complicado a adaptação do autor a vida de paraplégico, parece que as coisas se tornaram mas fáceis. Isso se dá também pela classe social do acidentado. Pois, é mais fácil (pelo menos parece) para um jovem de classe média se adaptar a paraplegia do que um jovem pobre, com mãe doméstica morador de uma favela. Pois, Marcelo Rubens Paiva teve acesso aos melhores médicos, profissionais, clínicas além dos seus amigos burgueses que usufruíam de carros e festas badaladas. É óbvio que é triste um jovem que levava uma vida agitada ter que se adaptar a uma espécie de prisão. Mas, ainda acredito, que é mais fácil.
Além disso, para mim a obra teve um significado importante, pois, de uma maneira simples, é relatada pelo autor a criação do meu partido político, o Partido dos Trabalhadores. Ainda, é possível vermos como funcionava o movimento estudantil na década de 80.
Como já disse, é uma excelente obra, fácil de ler, com vocabulário simples até demais, além de uma história interessante que prende o leitor. Achei interessante ver como é retratada a tragédia do ponto de vista da classe média brasileira. O ruim que nem todos os jovens que, chapados e bêbados, que se dão ao luxo de pular em um lago têm as mesmas condições que o autor de Feliz Ano Velho. Mas isso faz parte da desigualdade do nosso país. Assim, até a tragédia para os pobres é mais trágica ainda. Só a minha humilde opinião.
Fica a indicação de uma ótima obra da década de 80.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Hoje enquanto assistia o noticiário, vi que os militares santa-marienses fizeram uma corrida pela paz. Nossa, quanta ajuda para construção de um outro mundo. Achei absurdo, centenas de homens correndo pelas ruas da cidade, segundo seus comandantes o objetivo era trazer a paz.

Chega ser intrigante, justo os militares que tantas mortes ocasionaram, a mesma instituição que espancou, matou, destruiu famílias, hoje corre em busca de paz. Além do passado mostrar que o exército brasileiro fez tudo, menos a busca pela paz. Mas tudo para manter a “ordem” da nação.

Ainda, com uma corrida é possível construir um mundo melhor? O que estes homens fizeram para mudar nossa sociedade com uma corrida? É, não vejo lógica nisso. Se o mundo mudar com corrida, me avisem, que largo minha vida sedentária e começo a correr agora mesmo.

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Jorge Amado


Ontem terminei de ler Mar Morto, de Jorge Amado. Não sou muito acostumado a ler as obras do escritor baiano. Já tinha lido Terras do Sem Fim, mas a razão da leitura tinha sido a indicação de leitura obrigatória para o vestibular, embora tivesse lido quase que obrigatoriamente, tinha sido uma leitura muito interessante.
Sempre tive preconceitos quanto ao mestre Jorge Amado (desde ontem o chamo de mestre), pois escuta as pessoas, inclusive professores, dizerem que o baiano só falava, em seu livros das putas da Bahia. Hoje entendo que além de uma ignorância enorme em simplificar a obra deste autor, as pessoas que dizem isso transpiram preconceitos e insensibilidade. Pois ao ler Mar Morto pude perceber a grandeza e a riqueza deste romance. Pois, Jorge Amado, define a vida, os costumes e a cultura do pescador baiano com um maestria incrível. A obra vai muito além do romance entre Guma e Lívia, esta obra nos permite identificar um pouco sobre o povo brasileiro, sobre suas raízes e cultura. Na obra, é possível vermos o mar com os olhos diferentes, pois este é mostrado do ângulo do trabalhador, dos olhos de que precisa do mar para viver.
Ainda, nesta obra, é possível ver que os pescadores e cargueiros, não são meros escravos do mar, também tem suas religiosidades e suas crenças, assim transmitem os seus costumes aos filhos que chegam como um presente, seguindo a ordem do cais, quem nasce no cais, viverá sempre.
Então, recomendo a leitura de Mar Morto, para quem quer conhecer os costumes e um pouco do povo brasileiro através do tom poético de Jorge Amado.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Meus vizinhos não me deixaram ler.


São 22hs quero ler um pouco e depois assistir um filme. Deito-me para ler, consigo? Não. Meus vizinhos estão em festa, devem estar comemorando mais uma semana de treinamento militar na “Selva” santa-mariense. Tento ler, é praticamente impossível, pois o som não me deixa. Nunca escuto músicas altas aqui em casa, pois penso que meu gosto musical e minhas preferências são minhas, não preciso compartilhar com a vizinhança, além disso, acredito ser uma falta de respeito o som da minha casa invadir o espaço do vizinho. É, mas nem todas as pessoas pensam assim. Já são 23hs, ainda não consigo me concentrar. Tranco-me meu quarto, ligo um som ambiente, mesmo assim pare impossível conseguir fazer alguma coisa além de escutar os hits da dupla que está “bombando” no país, Victor e Léo. Agora, são 00hs, já escutei todas as músicas do CD. Detalhe, sem a minha vontade. Ainda não entendi o que há nessas músicas para fazerem tanto sucesso, mas em um país em que creu faz sucesso, músicas de Victor e Léo podem ser consideradas obras primas da nova MPB.
Ler parece algo impossível para um morador do Ed. Anísio Chaves, então o que fazer? Resolvo ir assistir um filme, o filme é em inglês, sem áudio em português, portanto necessito ler as legendas. Foi no momento que o filme começou que lembrei que era impossível ler, pois meus vizinhos continuavam em festa. Desisto do filme. Não tenho sono, mesmo que tivesse seria algo impossível sem a ajuda de um faixa preta (falo de um remédio). Pára o som, acho que a festa terminou, não começa as músicas novamente, dessa vez não é Victor e Léo, é algo que eu nunca tinha escutado, a letra da música só repete as mesmas coisas, algo como “estica, estica...”. Agora são 2hs, a festa continua, som alto, risadas. Escuto tudo o que acontece na casa deles. Bom, me resta ir para o computador e ver algumas fotos antigas, ver fotos é algo que eu consigo fazer mesmo com “estica, estica...”

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Carnaval de rua X CTGs

Segue a carta que enviei para o Diário de Santa Maria, mas que teve cortes.




É lamentável pessoas acharem que é bobagem a prefeitura disponibilizar recursos para o carnaval de rua de Santa Maria, pois o carnaval é a maior festa popular do Brasil. Além disso, o carnaval de rua é um meio de democratizar essa festa, pois permite que pessoas que não possuem condições de pagar um clube privado possam participar dos festejos. Mais lamentável, é pessoas acharem que a prefeitura deva repassar recursos a centros de tradições gaúchas, pois quem conhece um pouco a história do nosso estado, sabe que estes centros representam a estrutura elitizada do latifúndio. Ainda, há, nestes ambientes, a difusão de preconceitos, machismo e homofobia. Será que ambientes assim merecem recursos públicos? Ou entidades que democratizam a cultura brasileira e as manifestações populares?

Carnaval de rua X CTGs

Segue a carta que enviei para p Diário de Santa Maria, mas que teve cortes.

É lamentável pessoas acharem que é bobagem a prefeitura disponibilizar recursos para o carnaval de rua de Santa Maria, pois o carnaval é a maior festa popular do Brasil. Além disso, o carnaval de rua é um meio de democratizar essa festa, pois permite que pessoas que não possuem condições de pagar um clube privado possam participar dos festejos. Mais lamentável, é pessoas acharem que a prefeitura deva repassar recursos a centros de tradições gaúchas, pois quem conhece um pouco a história do nosso estado, sabe que estes centros representam a estrutura elitizada do latifúndio. Ainda, há, nestes ambientes, a difusão de preconceitos, machismo e homofobia. Será que ambientes assim merecem recursos públicos? Ou entidades que democratizam a cultura brasileira e as manifestações populares?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Frequento vários médicos, mas juro que não sou hipocondríaco. Infelizmente sempre tenho algum problema. Talvez seja loucura, pois tomo remédios controlados. Daqui algum tempo vou fazer concursos públicos e concorrer por cotas. Mas não é disso que quer falar. Pretendo falar das “literaturas de consultório”. Nunca fui em um médico que na sala de espera esteja a disposição dos pacientes bons livros ou revistas atualizadas que não sejam de fofocas.
O que encontro? Encontro revistas velhas que só retratam a vida de celebridades. O que eu ganho em ler isso? Além de, não conter nada útil, são completamente desatualizadas. É, penso que estas revistas estejam lá porque a maioria dos pacientes as preferem. Quem sou eu pra descordar? Não devo gostar porque sou louco, doente.