segunda-feira, 23 de março de 2009

Ainda estou vivo

Estou há mais de uma semana sem atualiza o blog, é por falta de tempo mesmo. Toda a minha rotina retornou, aulas, leituras, trabalhos, reuniões, movimento estudantil, atos... O tempo que me sobra só penso em dormir. Ah, estou atado também, devido às minhas dores tenebrosas e intermináveis nas pernas estou fazendo um tratamento com umas meias que parecem mais com meias calças. Algo terrível, além de ridículo. Mas estou (pelo menos tentando me acostumar).
Essa semana começou o “nossas expressões”, festival de cultura promovido pelo DCE da UFSM. Lindo, correria total, pessoas esgotadas, pessoas se estressando, porém tudo isso faz parte da organização de qualquer evento, ainda mais um mega evento construído por alguns amigos meus. O DCE, além de promover o maior festival da história do “nossas expressões”, ainda propôs fazê-lo o mais eclético possível.
Ao chegar hoje no campus, tive uma surpresa (boa), haviam vários indígenas. Vieram mostrar sua cultura e conhecimento para os jovens universitários. Percebi olhares e preconceitos entre alguns acadêmicos, mas isso é normal pra os seres que se acham superiores. Coitadas destas criaturas, os jovens.
Então, ainda to vivo, vou tentar atualizar mais seguido este blog, com as experiências, observações e devaneios dos meus dias.

Daqui alguns dias terá publicado aqui alguns contos escrito por este pobre estudante que, ainda, acha que o socialismo é possível. Que um outro mundo é possível.

sexta-feira, 13 de março de 2009

CTGay

Faca na bota ou flor na boca? Qual o comportamento de um macho genuíno no âmbito do MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho)?
A polêmica em torno da representação da masculinidade nos CTG's reacendeu em função de um artigo assinado pelo tradicionalista Ademir Canabarro, que, dentre outros laivos de insensatez, registra o "avanço assustador da homossexualidade". Polêmico, mal redigido, impregnado de clichês e de anomalias conceituais, o artigo do citado tradicionalista é o retrato fiel do retrocesso numa época em que tanto se fala nas igualdades sociais, no direito à expressão dos gêneros sexuais e na diversidade cultural como pontos saudáveis à vida humana. O Movimento Tradicionalista Gaúcho sabe que, enquanto existir, terá que lutar com unhas e dentes para impor a adesão ou a simpatia à sua causa, já que seu referencial ideológico é fascista, sexista, teologal, patriarcal, reprodutivista, racista e eugenista. Qualquer pessoa com o mínimo de esclarecimento sobre a história do Rio Grande do Sul sabe que o MTG, mediante acordos oriundos de uma facção de extrema direita, implantou no Rio Grande do Sul práticas culturais inventadas e se infiltrou nas estruturas do poder político através da militância dos CTG's que, ainda hoje, são verdadeiras arenas políticas disfarçadas sob o manto dócil da tradição, uma tradição que nunca existiu. Na época do regime militar brasileiro, a proximidade entre os militares e os CTG's foi crucial porque serviu a ambas instituições. Os CTG's administravam aos seus integrantes o discurso do ordenamento e da subserviência ao militarismo e a aceitação passiva da política sanguinária das décadas de 1960 e 1970; os militares, por sua vez, permitiam que os CTG's fossem os únicos clubes a manter atividades "culturais" longe dos olhos do sistema. Homossexualismo existe em todos os lugares do mundo, em quartéis, igrejas, no futebol, em empresas e escolas. Por que não existiria nos CTG's? Será que o Sr. Canabarro pensa que, pelo fato de terem sido criados alegórica e fantasiosamente, os CTG's não podem apresentar situações vividas no mundo real? Certos trechos do artigo escrito pelo tradicionalista revelam um barbarismo de pensamento que deixariam perplexos até os xiitas mais ortodoxos. É o caso desta pérola: "Homem acasala com mulher e mulher acasala com homem! Da mesma maneira que cavalo cobre égua e não cavalo". Belíssima comparação! Só faltou o Sr. Canabarro dizer - mediante um reducionismo que perpassa cada palavra do seu artigo - que homens pensam como cavalos e mulheres como éguas! A comparação até poderia virar letra de alguma música apologética (do tipo que os cetegistas tanto prezam), as quais exaltam o heroísmo, a bravura e a hombridade como os únicos atributos que alguém deve possuir para não ser confundido com esterco. Não pretendo aqui fazer a defesa dos agredidos. Sou completamente antissexista,do tipo que acabaria com a divisão entre banheiros masculinos e femininos. Assim, encaro como uma pobreza de espírito e de presença humana criar clivagens sociais que levem em conta o que as pessoas fazem com seu corpo na intimidade de suas práticas sexuais. Com seu retrógrado artigo, o Sr. Canabarro pretende referendar a idéia de que se adote, no âmbito dos CTG's, uma expressão simulada da masculinidade, simplesmente porque ela convém à manutenção do estereótipo do "macho". Do alto de um intelecto formado por dois neurônios heterossexuais, o Sr. Canabarro revela-se um desconhecedor das teorias mais atualizadas sobre questões relativas ao gênero e às performances sexuais, as quais privilegiam o caráter interacional, social e psicológico da construção de uma identidade sexual. Erroneamente, e sem qualquer fundamento tolerável, o Sr. Canabarro acredita que a "macheza" do ambiente dos CTG's é um legado histórico da cultura do RS. Que grande bobagem! Que aviltante constatar que muitas pessoas ligadas aos CTG's (as quais pensam que cultivam as raízes da cultura sulina) são as que mais desconhecem a história do Rio Grande do Sul. É inadmissível, segundo expressa o Sr. Canabarro, que os peões cetegistas homossexuais se expressem feito dóceis corcéis numa cavalgada graciosa, pois, segundo manda o protocolo do macho exemplar, eles devem agir feito machosbufaloseretos, machúfalos de peito estufado que não comem o mel pois mastigam a abelha. O temor do citado tradicionalista é que a presença de homossexuais nos CTG's imploda o modelo autoritário, esquemático e medieval que estrutura essas irmandades fundamentalistas que, além de cultivarem aparências, agem mediante o patrulhamento da intimidade das essoas e impedem que apareça uma história e uma tradição gaúchas que não estejam sob suas rédeas. Tomem cuidado, portanto, os machúfalos de plantão, pois bagos de touro costumam ser muito apreciados até mesmo por cetegistas.

Clóvis Da Rolt

Novas impressões.

Já escrevi aqui sobre as impressões que tive nos primeiros dias de aula. Pois é, hoje fechou a primeira semana. Ótima. Claro, não vou dizer que foi ruim, até porque não foi. Já tenho textos para ler, obrinhas literárias, e trabalhos nada anormal. Anormal é a nova vila do RU. No semestre passado eram duas, uma para comprar crédito, outra para adentrar no restaurante. Eis agora que surge a terceira, criou-se a fila de saída. Digo, “a UFSM é tão criativa!!!”. A nova fila é resultado do novo depósito de copos usados que foi posto no RU. Facilita na separação do lixo, mas para quem está com pouco tempo dificulta, já que agora são três filas para nós pobres que precisamos do restaurante universitário para não passarmos fome.
Outra novidade são novas professoras, uma não é nova no curso, mas a primeira vez que tive a oportunidade de ser aluno. Pena, a melhor professora de lingüística que tive. Fora, acho eu, umas quatro. Essa, sem dúvida, é a que melhor vai tentar me ensinar um pouco sobre a língua. Outra é a do estágio, nossa.................... No semestre passado tive muitos problemas com a minha orientadora. Não funcionou direito, não nos acertamos. Foram discussões, chingamentos até que finalmente concluí o primeiro estágio. A nova, mais calma, mais compreensiva e, acredito, mais criativa para me ajudar a preparar aulas. A nova professora é menos performática também, a outra parecia fazer contorcionismos no momento em que falava. Horrível.
Outras coisas a UFSM continua a mesma. Professores que não aparecem (fazendo eu gastar no mínimo duas passagens), mal atendimento nas secretárias do curso, bares caros e com comidas terríveis. Tudo isso sobrevivo e mantenho minha paciência. Agora, ver os guascas universitários fantasiados vendendo convites para festas “Cult-gauchescas” já é demais. Isso não controla minha pouca paciência. É ridículo ver criaturas em uma carreata, com mocinhas para fora dos carros (acenam, coitadas, é a oportunidade de se acharem misses) e, pior ainda, a carreata é puxada por uma charrete com agros em cima. Nossa, a coisa mais escrota que já vi na universidade. Prefiro pensar que é um carnaval fora de época já que, estas criaturas usam fantasias (bota, bombacha, chapéu). Isso que ainda não falei da trilha sonora do evento. Só os melhores sucessos da música guasca. Aquelas com refrões tipo “ajoelha e chora, ajoelha e chora...” como esse povinho me irrita. Quanto a essas coisas sou preconceituoso mesmo. Mas tenho certeza, que meu preconceito por eles é bem menos do os que eles sentem por grande parte da sociedade. Gente homofóbica, machista...
Voltando, já circulam nos carros de funcionários e professores adesivos com as chapas para a reitoria. É ano de eleição. O processo que vai eleger o novo reitor será no meio do ano. Mas como a briga promete ser de “cachorro grande” a campanha eleitoral já está tomando conta da comunidade. A coisa promete. Porém, duas candidaturas de direita, reacionárias e conservadoras. Minha opção? Votarei, pela primeira vez, em branco.
É só o começo de mais um semestre deste humilde estudante que almeja ser, pelo menos, professor de uma escola de periferia.

quarta-feira, 11 de março de 2009

o começo


Segunda-feira começaram as aulas, para quem leu o post anterior sabe. Toda a rotina voltou ao norma. Acordei cedo, tomei café, coisas que eu não fazia há um bom tempo. Passei as férias sem saber se o alimento que eu comia ao acordar era café da tarde ou almoço, pois da manhã não seria, já quer sempre eram em torno das 15hs. É dormia mesmo. Meu esporte predileto, pena que não perco alguns quilinhos em nem ajuda a diminuir mia hipertensão. Dormi a semana inteira até a tarde, não sei mais quando vou pode fazer. Enquanto isso aula, labuta.
Saí de casa, já com saudades de campus, foram as primeiras férias que senti vontade de retornar às aulas, afinal, nunca tinha tido quase três meses de recesso. Voltando, ao texto, no ônibus comecei a observar a paisagem, pra ver se algo tinha mudado. Poça coisa. Um Shopping que está há mais de uma década para ser inaugurado está sendo quase finalizado. Escutei dizer que vai abrir em poucos dias (um novo espaço para a elite guasca santa-mariense se divertir). Um autdoor de sindicatos pedindo o impechetman da governadora. Deveriam ter muito mais, pois as atrocidades do governo Yeda nem se comparam com a quantidade de placas postas na região central. No campus novidades. Parada de ônibus pintada (quanta evolução). Novas máquinas de acesso ao RU(em vez de fazerem logo um novo restaurante, ficam criando novas tecnologias). Ah, um novo detector de livros roubados também foi inaugurado na biblioteca (só coisas ótimas, por favor, prefiro dar risada).

Porém, a maior mudança sem dúvida foi no estilo da universidade, pela primeira vez vi vários negros no RU. Isso, as políticas afirmativas que reservam vagas para afro-descendentes foram implementadas. Com isso, percebemos o quanto é justo e lindo ver a UFSM mudando, novas cores, mais diversidade. Esta mudança positiva, valeu pelas outras que não ocorreram no decorres das férias. É isso, uma UFSM mais democrática e mais igualitária.

domingo, 8 de março de 2009

Minhas Férias

Sempre quando começavam as aulas, tanto no ensino fundamental, quanto no médio, eu já possuía um esboço-esquema de um texto sobre as férias. Pois, sabia eu, que já na primeira semana de aula a professora de português ou redação pedira para produzirmos um texto sobre as férias. Eu me adiantava, selecionava as principais informações na última semana de recesso.
Hoje não preciso escrever mais sobre as férias (espero), mas nem por isso deixo de fazer um balanço de como foram os dias sem aula em 2009. Desde que entrei na universidade, estas foram as maiores férias. Foram quase três meses. Tive problemas, desavenças. Mas o saúdo final do meu recesso posso considerar como positivo. Tive a oportunidade de viajar, fazer novas amizades, aprender coisas novas, ler novos livros, namorar e dormir. Bom, dormir foi o que eu mais fiz no período em que estive em Santa Maria. Ah, tomei mais chimarrão com o meus pais, conversei mais com a minha mãe. Coisas que a partir de amanhã serão diminuídas. Ficarei mais na cidade universitária, lerei livros e obras indicadas pelos meus professores e dormirei quando tiver tempo.
Mais um semestre começa, novos desafios, novos aprendizados. Mas com a certeza que estarei pronto para as batalhas que surgirem , pois as férias de 2009 serviram para recarregar energias para mais um ano.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Evitar a queda será impossível.

Ontem fui em mais um médico. Dessa vez, não surgiu nada diferente no meu corpo, nem uma dor nova. Ao contrário, o problema é que estão sumindo algumas coisas. Nada que comprometa o meu organismo, nem sensações de prazer. Estão sumindo os fios de cabelo do meu couro cabeludo. Não dou muita importância para estética, se isso fosse importante faria coisas para retornar aos meus 75kg que há tempos não possuo mais. Mas não quero ficar careca com 21 anos. Daqui uns 10 anos, acho eu, não terei problemas em assumir minha calvície. Então, fui em uma dermatologista para ver se é possível fazer algo para parar essa queda dos poucos fios que me restam.
Chego no consultório, divido a sala de espera com piruás querendo melhorar a estética de seus rostos. Tenho vontade de dizer para algumas que só plástica. Mas para uma verdadeira transformação o melhor mesmo é tentar nascer de novo. Olho para a tevê, show da Ivete Sangalo. Ótimo, as pacientes observam a cantora e desejam ter um corpo igual. Impossível. Senhoras com mais de 40 anos e gordas, impossível parecerem com Ivete. Chega a minha vez de consultar. Adentro. Uma médica nova, “simpática, pelo menos aparenta. Começa a sessão de perguntas. “Faz exercícios físicos?”,“come verduras e legumes?”, “e frutas?” Nego tudo. Daí vem a segunda parte do questionário. “come frituras?”, “fuma?”, “bebe bebida alcoólicas?” Digo sim a tudo.
Ela me olha, a doutora, como que quer dizer que tenho que mudar os meus hábitos e estilo de vida. E diz. Digo que não pretendo mudar, afinal tinha ido lá pra ela me indicar uma solução química para a queda de cabelo. Se fosse para comer alimentos saudáveis iria a uma feira, não numa dermatologista. Com isso, ela diz que não pode resolver o meu problema. Levanto- me e vou embora. Com a certeza de que, em pouco tempo, terei um gasto financeiro a menos, pois não precisarei mais ir num cabelereiro.

terça-feira, 3 de março de 2009

Lista de material escolar

Desde que saí no ensino médio, nunca mais fui comprar material escolar, nem sabia mais o que era isso. Ontem tive a oportunidade de reviver esses momentos. Não que eu tenha retornado aos bancos escolares e fui comprar o meu material. Fui, então, comprar o material do meu afilhado e prima. Ao pegar as listas, uma da pré-escola, outra da segunda série do ensino fundamental levei um susto. Não me assustei porque havia nas listas kit sexo, ou manual kama sutra para crianças. Me assustei pela quantidade de materiais pedidos por uma escola pública. Ambas as listas possuíam mais de 15 itens.
Bom, as crianças não tem culpa, culpo os inúteis professores que irão educar meu afilhado e a minha prima. Achei completamente absurdo exigirem coisas como: giz de cera grosso, papel crepom com cores vivas...
As crianças a qual eu estava comprando tiveram sorte, pois contaram com um primo e padrinho que ajustou o orçamento, cortou algumas saídas, bebeu menos e conseguiu comprar os itens exigidos pelas professoras. Mas as crianças, cuja, os pais não tem condições nem de comprar comida para a família, quem dirá comprar os materiais exigidos pela escola? Repito, escola pública.
Um estudante de séries iniciais que chega na escola sem os materiais exigidos e vê os coleguinhas com tudo completo, se sentirá como? Será que esta criança terá vontade de ir para a escola? Pois, acredito eu, que sentirá uma pequena e inocente inveja. Assim, começa a exclusão na educação brasileira.
Lembro-me de quando eu estava nas séries iniciais, meu professor levava uma caixa com lápis de cor, giz de cera, tintas. Assim, ninguém comprava nada. A escola fornecia e todos aprendiam juntos a compartilhar. Após usarmos um lápis, por exemplo, emprestávamos para outro colega. Com isso, não havia exclusão e todos aprendiam e se divertiam juntos. Realmente os tempos são outros. Até o tipo de caderno é estipulado pelas pseudo-educadoras. Ainda estou estarrecido com a enorme lista. Quem sabe um dia em vez das escolas pedirem 5 folhas de cores variadas de E.V.A. para cada aluno. Ensinem o que dá para fazer com o jornal velho do vizinho, a garrafa pet jogada na rua. Que as crianças aprendam a arte com as coisas simples, sem excluir nenhum aluno.
Desejo que o a educação evolua, mas com as coisas boas que aprendi na década de 90.