domingo, 30 de novembro de 2008

Um domingo diferente

Ruy acorda com uma sensação diferente. Acorda com o sol de domingo entrando pela janela e ofuscando o seu rosto. Ruy sabe que não será um domingo como os outros, porém não sabe o motivo. Talvez seja uma virose, excesso de vinho na noite anterior, talvez cheirou mais carreiras do que estava acostumado.
Era uma sensação estranha, uma nostalgia, dor no corpo, vontade de chorar. Ruy tenta dormir mais um pouco, não consegue. Levanta, fuma seu cigarro matinal, percebe que o cinzeiro está cheio. Vai até a janela e olha o sol lá fora. Ninguém na rua. Passam poucos carros. Então, Ruy decide sair para caminhar pelas ruas desertas. Ao caminhar e contemplar a paisagem que, na verdade, não são paisagens, são prédios velhos, pichados, sujos.
Ruy lembra-se que tinha brigado com seus amigos na sexta-feira, por que? Nem ele sabe, essas brigas bobas mas que geram desconfianças, mal estar e um pouco de pena e arrependimentos. Mas brigou, agora já é tarde. Talvez o domingo seria diferente por ter esses sentimentos. Mas agora resta caminhar e voltar, quem sabe fumar um baseado, cheirar mais carreiras e alucinar. Pois, há momentos em que a alucinação é a salvação.

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