domingo, 30 de novembro de 2008

Um domingo diferente

Ruy acorda com uma sensação diferente. Acorda com o sol de domingo entrando pela janela e ofuscando o seu rosto. Ruy sabe que não será um domingo como os outros, porém não sabe o motivo. Talvez seja uma virose, excesso de vinho na noite anterior, talvez cheirou mais carreiras do que estava acostumado.
Era uma sensação estranha, uma nostalgia, dor no corpo, vontade de chorar. Ruy tenta dormir mais um pouco, não consegue. Levanta, fuma seu cigarro matinal, percebe que o cinzeiro está cheio. Vai até a janela e olha o sol lá fora. Ninguém na rua. Passam poucos carros. Então, Ruy decide sair para caminhar pelas ruas desertas. Ao caminhar e contemplar a paisagem que, na verdade, não são paisagens, são prédios velhos, pichados, sujos.
Ruy lembra-se que tinha brigado com seus amigos na sexta-feira, por que? Nem ele sabe, essas brigas bobas mas que geram desconfianças, mal estar e um pouco de pena e arrependimentos. Mas brigou, agora já é tarde. Talvez o domingo seria diferente por ter esses sentimentos. Mas agora resta caminhar e voltar, quem sabe fumar um baseado, cheirar mais carreiras e alucinar. Pois, há momentos em que a alucinação é a salvação.

sábado, 8 de novembro de 2008

Enquanto minha vida pode acabar, o mundo segue.

domingo, 26 de outubro de 2008

Catarina


Cataria acorda, fuma seu cigarro matinal, vai até a sacada. O sol lá fora começa a mostrar os seus primeiros raios. Ainda é cedo, liga o som, pensa no que vai escutar, revira seus discos até que encontra Ângela Ro Ro. Escuta esse som, fuma mais um cigarro. Não sabe o que fazer. Sente falta de alguém, alguém que a entenda, que saiba de seus sentimentos.
Cataria sente uma sensação estranha, uma angustia? Ânsia de vômito? Não sabe. Olha no relógio e ainda são 7 horas da manhã. Pega Caio Fernando Abreu. Mistura perfeita: Solidão, Ângela Ro Ro e Caio F.
Precisa de algo mais, mais um cigarro? Não, algo mais forte. Catarina, então, vai até a gaveta da cômoda e pega as suas 50gramas de cocaína. Cheira a primeira carreira. É pouco, pensa ela. Cheira mais outra, mais. Catarina não está mais sozinha. Vê pessoas, escuta vozes. Catarina acorda e vê coisas estranhas. Chega um homem e diz: - Você está no hospital, teve uma over. Catarina pensou, valeu apena, não estou mais sozinha.

sábado, 25 de outubro de 2008

Como já dizia o poeta “vida louca......vidaaaaaaaa”. Assim, vamos indo com derrotas, conquistas. Foi assim, três meses de muita discussão, ouvindo pessoas, conhecendo realidades, sonhos e vidas. Não saí dessa eleição derrotado, foi o pleito em que mais eu andei, pude conhecer novos lugares, novas situações. Já sinto saudades das concentrações no Café Cristal, das Cevas, de bater em porta em porta e ouvir. Aprendi que escutar é muito melhor do que falar. Sentir os problemas da população é se interar e ver que os nossos problemas são mínimos em relação aos dos outros.Assim, é a vida. Não perdi, ganhei. Saí mais humano, mais compreensivo.

domingo, 7 de setembro de 2008

Não morri

Faz tempo que não publico nesse espaço, como há dias não faço o que costumava fazer, não tenho lido tanto, tenho dormido menos, namorado menos, saído menos com os meus amigos, ido menos ao práxis, estou tomando menos chimarrão com a minha mãe.
Não estou doente, nem com depressão. Estou em campanha eleitoral. É mais uma, eu ainda acredito na política.
Tenho dormido menos e ido mais para as ruas, caminhado mais, tenho lido menos livros, mas leio mais propostas juntamente com as pessoas, não tenho saído tanto com meus amigos, porém tenho feito novas amizades. Ah, tenho namorado menos, é, mas tenho conhecido vários casais de namorados novos, e com eles escuto as suas angustias, medos e dores. Não tomo mais chimarrão com a minha mãe, mas tomo nas casas de quem visito.
Tenho conhecido pessoas, lugares, não levo aos eleitores soluções para os problemas, escuto mais que falo. Talvez seja isso que as pessoas estejam precisando, alguém que as escute.
Enquanto deixo de lado a minha vidinha tradicional, enquanto algumas pessoas preferem ir a igrejas orar por um mundo melhor, eu prefiro agir, ir às ruas, às pessoas e mostrar o poder e energia da frente popular. Por isso, os que me amam irão entender as opções que fiz nestes últimos meses. Já os outros faço um desafio, mostrem-me como estão agindo para construir uma sociedade nova e justa. Dia 6 de outubro, retornarei ao meu “mundinho” e a fazer o que eu fazia antes.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Essas mulheres

Macabéas, Capitus, Dulce Veigas, Helenas. Essas são as personagens da nossa literatura. Entram em nossas vidas através das palavras, do pensamento de seus autores. Assim, conhecemos essas mulheres, que não existe. Será?
Quando saio na rua fico observando as pessoas, consequentemente as mulheres também, uma vez que estas são pessoas. Quem sabe a moça que cruza por mim mal vestida, fraca de aparência, não é uma cidadã burra fita Macabéa. Talvez, a mulher que passa por mim e me penetra com seu olhar, não sei o motivo dessa penetração, se é porque sou feio, mal arrumado, gordo, seja uma Capitu. Sem saber se essa mulher fala a verdade ou não.
Também, a dama que caminha bela e com um cigarro na mão não sumiu há 20 anos? Esta pode guardar vários segredos e se cansou da rotina e vive feito uma Dulce Veiga, cantando apenas por prazer.
Há as mulheres que lutam, são belas, tanto no seu interior quanto no seu exterior, porém tem que ficar calada que nem a bela Helena de Tróia.São tantas as personagens, são tantas as mulheres. São apenas fruto da criação de um idiota que não tem nada a fazer e resolve criar criaturas irreais, que chamamos de escritores? É caminho na rua e vejo essas mulheres, não sei se são reais ou ficção. Fico sem saber.
Continuarei observando-as e procurando conhecer através das palavras mais mulheres.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Café, música, livro, difícil saber qual. Escolho Vinicius de Moraes. Lindo.
Poemas, cigarro, mais música. Sono, mas não vale a pena dormir. Tenho que ler mais, preciso ler mais. Mas quero dormir. Não dá. Esse amaranhado de letras me persegue. Elas me querem, eu quero elas. Uma mistura de tesão e loucura. Talvez mais tesão que loucura, não sei, sei que quero essas palavras. Elas me querem.
Pego um cigarro, dou uma pausa na leitura. Retorno, mais palavras, mais poemas, mais vida, mais arte. Entre uma tragada e outra,mais letras.
Não sei se quero parar, se desejo dormir. É uma espécie e masoquismo. Meus olhos doem, porém que quero mais. Cada vez mais.Já é dia, o sol está raiando e eu aqui tentando me livrar. Mas quero mais essa tortura, esse prazer até sentir o máximo do orgasmo

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A noite em que fui barrado.

Ontem fui com minha namorada e amigos até uma casa noturna de Santa Maria (cidade universitária). Nunca fui nesta boate, mas ontem decidi ir conhecer, já que é freqüentada pelo publico jovem, e dito “esclarecido” desta cidade.
Nunca ligo para a minha vestimenta e, para mim, a roupa na moda é a que me sinto bem. Então, quando estava na fila dessa boate, fiquei observando o público que chegava, todos arrumados, com seus carros, bem vestido e brancos. Nesse momento já senti que eu era diferente, não usava roupas de marca, nem bombachas, cheguei caminhando e não no meu automóvel. Mas, como gosto da diversidade não liguei, muito, até que chegou o momento em que um seme interceptou, dizendo que eu não poderia entrar na boate por estar vestindo bermuda, não entendi o que estava acontecendo, pois quando está quente sempre uso bermuda e sou acostumado a ir nos lugares de bermuda.
Enfim, não pude conhecer a boate internamente, mas conheci a ideologia dos donos e público freqüentador, uma casa noturna conservadora, freqüentada por uma pseudo-elite, não iria roubar, nem consumir drogas ilícitas nas dependências desse estabelecimento, queria apenas me divertir. Fiquei revoltado, procurei outro lugar em que poderia entrar sem ser barrado pela roupa, me diverti muito na noite passa e de bermuda. Ficou a lição, não vestirei calças para entrar na Ballare, apenas não tentarei freqüentá-la. Pois sempre há, nem que sejam poucos, lugares do “caralho”, onde as pessoas sejam loucas e possam entras de bermuda.

sábado, 22 de março de 2008


Pobre do Povo Gaúcho

O Estado do Rio Grande do Sul pede socorro, os gaúchos tem medo de sairem à rua, não sabem se desparam da polícia ou dos bandidos. Crianças não vão mais às escolas porque estas são fechadas. a Governadora anuncía que irá contruir presideos esse ano. Para quem fecha colégios, a solução é abrir penitenciárias.
Esse é o novo jeito de governar!!!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Devaneios de uma Sexta-feira “santa”

É madrugada, acabo de ler mais um livro, dessa vez o escolhido foi A Metamorfose, de Kafka, grande obra escrita em poucas páginas.
Na obra que acabo de ler a personagem principal sofre uma metamorfose, e morre. Os princípios burgueses, ficam nítido nas palavras de Kafka, ele mostra como uma pessoa perde o seu valor diante as pessoas no momento em que não pode mais contribuir com dinheiro, no momento que o proletariado não pode mais trabalhar e assim gerar lucro ao seu patrão.
Hoje é sexta-feira “santa”, católicos do mundo inteiro vão à igrejas, ruas celebrar a morte de Cristo, mas quantos desses senhores providos de fé não exploram os trabalhadores? Quantos padres e freiras não fazem seus empregados passarem por vias-cruzes? Quantos católicos não crucificam alguma pessoa por não pensar da mesma maneira?
Talvez, o dia em vivermos em uma sociedade socialista, vamos poder chamar a sexta feira que antecede o domingo de Páscoa de “santa”. Enquanto isso, prefiro sofrer uma metamorfose e virar inseto que nem Gregor, personagem de Kafka, dessa forma, poderei me esconder mais facilmente, e não ver tanta hipocrisia dessas religiões exploram, ditam leis, morais, mas que na prática agem como inseticidas.
Foi um pequeno devaneio após terminar de ler A metamorfose e relacionar a obra com a data de hoje.

domingo, 16 de março de 2008

Ações da Brigada Militar

As ações da Brigada militar nos últimos meses nos leva a pensarmos que estamos voltando aos tempos de ditadura militar. Depois que a governadora Yeda Crusius assumiu o comando do estado, vivemos sob repressão. Esses dias eu estava com alguns amigos na ex-rua 24 horas quando policiais militares abordaram algumas meninas que estavam conversando, elas não estavam fazendo nada de mal. Foram revistadas e humilhadas em público, outro dia foi preciso um aparato de seis viaturas policiais para prender uma senhora que estacionou mal seu carro. Ainda, o cidadão que trabalha como estatua viva no calçadão também foi vítima de violência desses senhores que são pagos para implementarem a ordem. Mas é dessa forma que eles devem agir? É reprimindo e humilhando as pessoas em público que a brigada militar vai conseguir manter a ordem na nossa sociedade? Dessa forma, parece que estamos vivendo sob uma ditadura.
Guilherme Argenta Souza