terça-feira, 3 de março de 2009

Lista de material escolar

Desde que saí no ensino médio, nunca mais fui comprar material escolar, nem sabia mais o que era isso. Ontem tive a oportunidade de reviver esses momentos. Não que eu tenha retornado aos bancos escolares e fui comprar o meu material. Fui, então, comprar o material do meu afilhado e prima. Ao pegar as listas, uma da pré-escola, outra da segunda série do ensino fundamental levei um susto. Não me assustei porque havia nas listas kit sexo, ou manual kama sutra para crianças. Me assustei pela quantidade de materiais pedidos por uma escola pública. Ambas as listas possuíam mais de 15 itens.
Bom, as crianças não tem culpa, culpo os inúteis professores que irão educar meu afilhado e a minha prima. Achei completamente absurdo exigirem coisas como: giz de cera grosso, papel crepom com cores vivas...
As crianças a qual eu estava comprando tiveram sorte, pois contaram com um primo e padrinho que ajustou o orçamento, cortou algumas saídas, bebeu menos e conseguiu comprar os itens exigidos pelas professoras. Mas as crianças, cuja, os pais não tem condições nem de comprar comida para a família, quem dirá comprar os materiais exigidos pela escola? Repito, escola pública.
Um estudante de séries iniciais que chega na escola sem os materiais exigidos e vê os coleguinhas com tudo completo, se sentirá como? Será que esta criança terá vontade de ir para a escola? Pois, acredito eu, que sentirá uma pequena e inocente inveja. Assim, começa a exclusão na educação brasileira.
Lembro-me de quando eu estava nas séries iniciais, meu professor levava uma caixa com lápis de cor, giz de cera, tintas. Assim, ninguém comprava nada. A escola fornecia e todos aprendiam juntos a compartilhar. Após usarmos um lápis, por exemplo, emprestávamos para outro colega. Com isso, não havia exclusão e todos aprendiam e se divertiam juntos. Realmente os tempos são outros. Até o tipo de caderno é estipulado pelas pseudo-educadoras. Ainda estou estarrecido com a enorme lista. Quem sabe um dia em vez das escolas pedirem 5 folhas de cores variadas de E.V.A. para cada aluno. Ensinem o que dá para fazer com o jornal velho do vizinho, a garrafa pet jogada na rua. Que as crianças aprendam a arte com as coisas simples, sem excluir nenhum aluno.
Desejo que o a educação evolua, mas com as coisas boas que aprendi na década de 90.

Nenhum comentário: