sábado, 1 de agosto de 2009


Fiquei pensando se escreveria sobre a semana que está chegando ao fim ou não. Se escrever vou acabar reclamando, chorando e dizendo que minha vida é uma droga. Mas escrever sobre o que? Não saí, não vi pessoas, não escutei barulhos diferentes do que escuto em minha casa. Nem aula dei. Bom, para quem ainda não sabe, contraí a tão famosa gripe A. Esta que apavora todos. Eu não seria diferente.
Nem vou falar dos sintomas, o que eu senti, a sensação de tomar Tamiflu. Vou falar da sensação de ficar preso. Desde segunda não saio às ruas, nem recebo visitas. Algo terrível. Nunca passei por isso antes. Já tive, inclusive, internado em hospitais, mas pessoas podiam ir me ver.
Com isso, percebi o quanto é terrível a prisão, e quantos vivem nessa situação? Pois é, nunca imaginei ser tão terrível. A internet colaborou, consegui manter contato com amigos, porém não é a mesma coisa. Assisto TV, abro emails, escuto uma música leio e... nada mais. Não vejo nada de novo, não namoro, não escuto o barulho dos carros, não sinto o odor da poluição, não sujo meus tênis com borra de asfalto, não tomo um café fora de casa, nem escuto as piadas dos meus alunos. Uma semana que está acabando, porém não fica o sentimento de saudade. Férias são pra descansar, entretanto um passeio, uma volta, um cinema fazem parte de programas de férias normais e saudáveis.
Chega sábado, meu último dia de prisão. Domingo é dia de liberdade, de viver, de respirar. É momento de celebrar o rompimento dos laços que me prendem em casa. A previsão marca chuva, mesmo assim sairei às ruas, pois não posso pegar resfriado, já que, de gripe A, não morro mais.

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